Principais pontos:
O Bitcoin subiu 4,5% em 48 horas, recuperando US$ 114.000.
Um reset nos juros em aberto (OI) aponta para uma alta mais saudável após forte desalavancagem de longs.
Um gap da CME próximo de US$ 111.300 continua sendo um risco de curto prazo para o momentum de alta.
O preço do Bitcoin (BTC) subiu 4,5% em menos de 48 horas, retestando US$ 114.000 na segunda-feira. A recuperação ocorreu após a forte correção da semana passada, entre segunda e sábado, quando os dados indicaram que a queda foi menos sobre shorts agressivos e mais sobre longs reduzindo alavancagem para criar uma base mais limpa para futuras altas.
Entre 21 e 27 de setembro, o Bitcoin caiu de US$ 115.600 para US$ 109.500, uma queda de 5,3% acompanhada por uma redução de 6,2% nos juros em aberto (OI) de futuros, passando de US$ 42,6 bilhões para US$ 39,9 bilhões. A correlação de 30 dias entre preço e OI se estreitou para +0,46, sinalizando que os longs estavam reduzindo exposição em vez de os shorts forçarem o movimento. Esses resets geralmente eliminam a alavancagem em excesso, abrindo caminho para ralis mais saudáveis.
A dinâmica do mercado spot também está se tornando favorável. Os compradores continuaram a dominar as exchanges centralizadas, com fluxos líquidos de 30 dias em território negativo em torno de 170.000 BTC, o que significa que mais moedas estão saindo das exchanges do que entrando. Esse padrão costuma ser visto como sinal de acumulação e menor pressão vendedora.
Enquanto isso, o pesquisador de mercado cripto Dom destacou que o alvo imediato pode ficar acima de US$ 115.000. O analista afirmou:
“A divergência de liquidação tem funcionado bem. Os livros spot permanecem finos até cerca de US$ 115 mil na Binance. Livros finos = mais fácil mover o preço. Ainda é preciso que os touros permaneçam agressivos para chegar lá.”
As taxas de financiamento esfriaram para uma faixa neutra, eliminando o risco de squeezes long em cascata e, em vez disso, apoiando uma reconstrução gradual da alavancagem. No entanto, há uma falta de coesão entre o volume cumulativo delta (CVD) spot agregado e o OI.
O CVD spot permaneceu amplamente estável durante o rali de segunda-feira, enquanto o OI está aumentando gradualmente. A ação do preço pode atrair compras spot tardias se o preço se estabilizar acima de US$ 113.000, preparando o cenário para o aguardado rali do “Uptober”.
Risco do gap da CME permanece próximo de US$ 111.300
Apesar da alta do Bitcoin acima de US$ 114.000, traders de derivativos podem estar atentos a um gap da CME que segue aberto entre US$ 111.300 e US$ 110.900. Gaps da CME ocorrem quando os futuros de Bitcoin na Chicago Mercantile Exchange fecham no fim de semana e reabrem em um nível de preço diferente, deixando um vazio visível nos gráficos. Historicamente, o BTC mostrou forte tendência de revisitar esses níveis, com todos os gaps desde junho sendo totalmente fechados.
Isso sugere que um recuo de curto prazo para a região de US$ 111.000 não pode ser descartado antes que o rali de recuperação avance mais. O gap da CME também coincide com um fair value gap, e uma queda para US$ 111.000 também varreria o bloco de liquidez interna entre US$ 112.300 e US$ 111.400.
Assim, uma queda de curto prazo perto desses níveis permanece possível nos próximos dias. Uma invalidação imediata desse cenário de baixa seria um fechamento diário forte acima de US$ 115.000, o que pode reduzir a probabilidade de queda para US$ 111.000.
Embora tendências históricas mostrem que nem todos os gaps da CME são garantidamente preenchidos, sua taxa recente de fechamento de 100% o torna um fator técnico importante para traders que avaliam riscos de curto prazo dentro da perspectiva mais ampla de alta do Bitcoin no quarto trimestre.
Este artigo não contém aconselhamento ou recomendações de investimento. Toda decisão de investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem conduzir suas próprias pesquisas antes de tomar uma decisão.