Os ETFs spot de Bitcoin dos Estados Unidos registraram outra reversão acentuada na quinta-feira, apagando um breve momento de alívio no início da semana.
Depois de romper uma sequência de cinco dias de saídas com entradas de US$ 75,4 milhões na quarta-feira, os fundos foram atingidos por novos resgates de US$ 903 milhões na quinta-feira — o maior dia de saídas de novembro e um dos maiores desde o lançamento dos produtos em janeiro de 2024, de acordo com a Farside Investors.
A retirada de US$ 3,79 bilhões coloca novembro a caminho de se tornar o pior mês já registrado para saídas de ETFs spot de Bitcoin (BTC) dos EUA, caso os dias restantes não compensem os resgates deste mês.
A cifra já superou os US$ 3,56 bilhões de fevereiro, que detinha o recorde do maior fluxo mensal negativo desde a estreia dos ETFs.
IBIT da BlackRock registra 63% de todas as saídas em novembro
O iShares Bitcoin Trust (IBIT) da gigante de investimentos BlackRock é o principal responsável pelas saídas históricas de novembro. O produto já acumulou US$ 2,47 bilhões em resgates líquidos neste mês, representando cerca de 63% dos US$ 3,79 bilhões retirados de todos os ETFs spot de BTC dos EUA.
O fundo também liderou as saídas desta semana com US$ 1,02 bilhão. Ki Young Ju, fundador e CEO da plataforma de análise CryptoQuant, destacou o desempenho como a “maior saída semanal da história” do IBIT.
O Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC), da Fidelity, ficou como o segundo maior gerador de saídas de novembro, com resgates mensais de US$ 1,09 bilhão. Somente nesta semana, o emissor já viu US$ 225,9 milhões retirados, refletindo resgates moderados, porém persistentes.
Embora as saídas do FBTC permaneçam menores que as do IBIT, ambos os fundos contribuíram para o escoamento de liquidez que impulsionou novembro além do recorde anterior de fevereiro.
Juntos, eles representam 91% de todas as saídas de ETFs spot de BTC dos EUA em novembro.
Bitcoin cai para US$ 83.400 após saídas massivas de ETFs
De acordo com a CoinGecko, o Bitcoin caiu para US$ 83.461 na sexta-feira, após quase US$ 1 bilhão em saídas de ETFs. A queda levou o BTC ao menor nível em sete meses, zona não vista desde abril.
Vozes da indústria dizem que a queda pode ser apenas o começo. O cofundador da Alliance DAO, QwQiao, republicou seu alerta de setembro, argumentando que o próximo mercado de baixa pode ser mais severo do que o previsto.
“Existe um grande grupo de dinheiro burro que não entende nada de cripto comprando DATs e ETFs. Isso nunca termina bem”, escreveu, acrescentando que os mercados podem precisar enfrentar outra “queda de 50%” antes que uma base duradoura seja formada.
Chris Burniske, cofundador da empresa de venture capital Placeholder, disse que “a era das vendas de DAT mal começou”, alertando que, assim como ETFs e tesourarias digitais (DATs) amplificaram a ascensão do Bitcoin, também podem intensificar o movimento de queda.
Dados da DefiLlama mostram que as entradas em DATs caíram para US$ 1,93 bilhão em outubro, uma redução de 82% em relação aos US$ 10,89 bilhões de setembro. Os dados mostraram que as entradas diminuíram significativamente após cerca de US$ 20 bilhões em posições cripto serem liquidadas em outubro.
No momento da publicação, as entradas de DATs chegaram apenas a US$ 505 milhões. Nesse ritmo, novembro caminha para se tornar o pior mês de 2025 para entradas em DATs.