O Paquistão vê o Bitcoin e os ativos digitais como a espinha dorsal de uma nova infraestrutura financeira para seus 240 milhões de cidadãos, afirmou um alto funcionário durante a Bitcoin MENA Conference, sinalizando uma mudança em direção à regulação formal dos mercados de criptoativos.
Bilal Bin Saqib afirmou na terça-feira que o país não pode mais depender de modelos econômicos tradicionais, mas precisa de “um novo motor”, citando os ativos digitais. O ministro declarou durante uma mesa redonda em Abu Dhabi:
“Vemos o Bitcoin, os ativos digitais e o blockchain não apenas como especulação, mas como infraestrutura. Não como ruído, mas como a base de um novo sistema financeiro para o sul global.”
Saqib, que é presidente da Autoridade Reguladora de Ativos Virtuais do Paquistão (PVARA) e ex-assistente especial do primeiro-ministro para blockchain e cripto, afirmou que seu mandato é transformar um dos maiores mercados cripto não regulamentados do mundo em um ecossistema compatível e pronto para investimentos.
Ele destacou que o Paquistão possui uma população jovem — 70% dos cidadãos têm menos de 30 anos — e escala suficiente para construir um ecossistema regulado de criptoativos, em vez de permanecer como um “adotante tardio”.
“Minha mensagem é simples”, disse ele. “Se El Salvador conseguiu com 6 milhões de pessoas, imagine o que o Paquistão pode fazer com uma população 40 vezes maior e uma das forças digitais que mais crescem na Ásia.”
O avanço da adoção cripto no Paquistão
O Paquistão emergiu como um dos mercados de criptomoedas que mais crescem no mundo, subindo seis posições para alcançar o terceiro lugar no Índice Global de Adoção Cripto 2025 da Chainalysis.
Em maio, Saqib anunciou que o país está se preparando para criar uma reserva estratégica de Bitcoin (BTC) e está adotando políticas regulatórias mais pró-cripto.
No mesmo mês, o Paquistão destinou 2.000 megawatts de energia excedente para mineração de Bitcoin e centros de dados de inteligência artificial, como parte de sua estratégia nacional de transformação digital. Autoridades financeiras afirmaram que o plano visa atrair investimento estrangeiro e gerar empregos tecnológicos, direcionando o excesso de energia para infraestrutura de IA e cripto.
Em setembro, o país convidou empresas globais de criptoativos a solicitarem licenças sob o novo regime regulatório federal. A PVARA abriu uma chamada de manifestação de interesse para grandes corretoras e prestadores de serviços interessados em entrar no mercado.
