A exchange de criptomoedas Binance revelou que “auxiliou ações de aplicação da lei dos EUA” que resultaram na apreensão de US$ 4,4 milhões em criptoativos vinculados a organizações de crimes cibernéticos norte-coreanas.

Em uma thread publicada no Twitter em 25 de maio, a Binance disse que, por meio de sua equipe de investigações, cooperou em ações de aplicação da lei nos Estados Unidos para impedir as “atividades ilícitas de geração de receita” de quatro entidades sancionadas da Coreia do Norte.

“Tomamos medidas proativas contra contas conectadas a esses indivíduos há mais de um ano, em conformidade com mandados cumpridos legalmente e em colaboração com as autoridades dos EUA”, afirmou a empresa.

Estamos orgulhosos de ter auxiliado ações de aplicação da lei dos EUA que resultaram na apreensão de US$ 4,4 milhões e no congelamento de contas vinculadas ao crime organizado norte-coreano.

Parabéns aos nossos parceiros de aplicação da lei e à equipe da Binance Investigations por seu compromisso inabalável de combater o crime em todo o mundo.

— Binance (@binance)

Questionado se a empresa está colaborando com outras ações em andamento, um porta-voz da Binance disse ao Cointelegraph que a empresa está "monitorando continuamente nossa plataforma para identificar atores nefastos do estado-nação e colaborando com a aplicação da lei."

Uma declaração de 23 de maio do Departamento de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA anunciou que sancionou quatro entidades e um indivíduo que se envolveu em “atividades cibernéticas maliciosas em apoio ao governo da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).”

As quatro entidades foram a Chinyong Information Technology Cooperation Company, a Universidade de Automação de Pyongyang, o 110º Centro de Pesquisa e o Bureau de Reconhecimento Técnico.

Acredita-se que Chinyong mantenha uma “força de trabalho de milhares de trabalhadores de TI altamente qualificados em todo o mundo” encarregados de gerar “receita que contribui para seus programas ilegais de armas de destruição em massa e mísseis balísticos”, de acordo com o Tesouro dos EUA.

Esses trabalhadores usam identidades falsas ou roubadas para se candidatar a empregos de TI no exterior, incluindo empregos nos setores de tecnologia e criptomoedas, e depois lavam o dinheiro por meio de exchanges de criptomoedas antes de encaminhá-los para o governo da Coréia do Norte.

Um indivíduo, Kim Sang Man (Kim), também está incluído nas sanções da OFAC e "presume-se que esteja envolvido no pagamento de salários a familiares das delegações de trabalhadores do RPDC no exterior " e que recebeu US$ 2 milhões em criptomoedas pela venda de equipamentos de TI para Equipes afiliadas ao RPDC na China e na Rússia.

De acordo com o Departamento do Tesouro, o Bureau de Reconhecimento Técnico “lidera o desenvolvimento de táticas e ferramentas cibernéticas ofensivas do RPDC e opera vários departamentos, incluindo aqueles afiliados ao Lazarus Group.

O Lazarus Group atacou vários projetos de criptomoedas/blockchain nos últimos anos. Acredita-se que seja responsável pelo hack de US$ 620 milhões da ponte Ronin do Axie Infinity em março de 2022.

O grupo de hackers da RPDC começou a movimentar seus fundos roubados do Axie Infinity hoje. Parte deles foi destinada à Binance, espalhados em mais de 86 contas. US$ 5,8 milhões foram recuperados. Também agimos assim muitas vezes no passado para auxiliar outros projetos. Fique #SAFU.

— CZ Binance (@cz_binance)

O CEO da Binance, Changpeng Zhao, revelou no final de abril que a empresa recuperou US$ 5,8 milhões do Lazarus Group depois de detectar alguns dos ganhos ilícitos dos hackers destinados à exchange.

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