O CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse que é improvável que a empresa compre uma instituição bancária para garantir a manutenção de suas operações, apesar da preocupação crescente de que as empresas de criptomoedas sejam desbancarizadas, incluindo a própria Binance na Austrália.

O colapso de vários bancos nos Estados Unidos em março deste ano gerou preocupações de que os bancos que oferecem serviços às empresas e investidores de criptomoedas estejam sob o alvo dos reguladores. Ex-parceiros bancários importantes da indústria, como o Silvergate Bank, o Silicon Valley Bank e o Signature Bank capitularam este ano.

Enquanto isso, a Binance Australia anunciou a suspensão de seus serviços em dólares australianos depois que seu provedor de pagamentos decidiu encerrar o suporte à exchange. A Bianance ainda não encontrou um provedor alternativo.

ATUALIZAÇÃO - Confirmamos com nosso parceiro de pagamento local que nossos usuários podem continuar sacando AUD através de transferências bancárias até às 17:00 de 1º de junho de 2023 AEST. Os usuários ainda podem continuar comprando e vendendo criptomoedas por meio de cartão de débito e crédito.

Estamos trabalhando duro para encontrar um provedor alternativo…

— Binance Austrália (@Binance_AUS)

Em uma participação em um episódio do Bankless Podcast em 29 de maio, CZ respondeu a uma pergunta do popular usuário do Twitter DegenSpartan, que, bem humorado, perguntou: “Você pode, por favor, comprar um banco e torná-lo acessível às criptomoedas?”

“Bem, nós pensamos nisso”, disse CZ, enquanto delineava as limitações dessa linha de ação:

"A realidade é muito mais complexa do que o conceito. Você compra um banco, ele funciona apenas em um país e ainda precisa lidar com os reguladores bancários desse país. Isso não significa que você pode comprar um banco e fazer o que quiser."

“Se os reguladores bancários disserem: 'olha, você não pode trabalhar com criptomoedas', eles podem cassar sua licença se você fizer isso. Portanto, comprar um banco não impede que os reguladores digam ‘não, você não pode tocar em criptomoedas'”, acrescentou.

Aprofundando-se ainda mais sobre o assunto, CZ argumentou que, mesmo que a Binance comprasse um banco, ainda precisaria de “bancos correspondentes em todo o mundo e a maioria dos bancos correspondentes está nos EUA.”

“Então os bancos correspondentes dirão ao seu banco ‘olhe se você tocar em criptomoedas, não facilitaremos as suas transações internacionais”, disse ele.

Outra questão também é o custo, argumentou CZ, ao sugerir que a Binance mal teria lucro caso possuísse um banco ou uma rede de bancos.

“Bancos não são baratos. Os bancos são muito caros e geram uma receita comercial muito pequena. [...] O montante de capital exigido é bastante alto, e a aprovação regulatória para comprar um banco é a mesma ou até maior do que a necessária para abrir um novo banco, o que é muito oneroso”, disse ele, acrescentando:

“Muitos bancos não têm modelos de negócios muito sólidos. São negócios muito arriscados. Eles pegam o dinheiro do cliente, emprestam, tentam ganhar dinheiro, e, se não conseguem, declaram falência. Em muitos países, o governo os salvará, mas não gosto de administrar esse tipo de negócio.”

No final das contas, no entanto, CZ afirmou que a Binance pode fazer pequenos investimentos minoritários em bancos para que “esperançosamente os influencie a serem mais amigáveis às criptomoedas.”

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