A plataforma de dados on-chain Nansen avaliou o posicionamento da Arbitrum no mercado de blockchains de segunda camada (L2) do Ethereum. Em um relatório publicado em 17 de janeiro, a analista Sandra Leow apontou que a Arbitrum exibiu um aumento consistente nos volumes de transação, com média entre 600 mil a 900 mil transações por dia.
A atividade supera a Optimism, concorrente da Arbitrum na briga pela dominância do ecossistema de L2, que é responsável por 300 mil a 400 mil transações diárias. Esse aumento na atividade foi parcialmente atribuído ao crescente interesse por Inscrições na rede Arbitrum. Inscrições são inserções de dados feitas diretamente na blockchain.
Em termos de desempenho financeiro, o Arbitrum viu um aumento significativo na receita, culminando em um recorde de quase US$ 12 milhões gerados apenas em dezembro de 2023. Esse crescimento levanta questões sobre a possível ligação entre a receita da plataforma e o valor de seu token nativo, ARB, especialmente no contexto de mecanismos como queima de tokens ou staking.
Além disso, a Arbitrum detinha 48% de participação no setor de rollups do Ethereum à época do relatório, com a Optimism atrás registrando 30%. Mesmo assim, as métricas utilizadas pela analista da Nansen sugerem que a Arbitrum pode estar subvalorizada, quando levado em consideração seu fluxo de caixa.
Um problema no horizonte da Arbitrum, no entanto, é o desbloqueio de tokens previsto para março deste ano. O evento é aguardado com expectativa, pois pode potencialmente influenciar negativamente o preço do token ARB.
Construções no ecossistema
Além das métricas de mercado, a Arbitrum também tem feito melhorias em seu projeto, que vão desde incentivos até mudanças em sua estrutura. No lado dos incentivos, a Arbitrum anunciou um programa que distribuirá US$ 100 milhões em ARB como recompensas de staking ao longo do 12 meses.
Outra iniciativa nesse sentido foi o Programa de Incentivo de Curto Prazo (STIP, na sigla em inglês), que consiste nas aplicações descentralizadas do ecossistema Arbitrum bonificarem usuários pela utilização de seus serviços. À época do relatório, houve um engajamento com 44 concessões ativas concedidas, e uma parte substancial dos fundos alocados foram distribuídos a vários protocolos.
A Arbitrum também introduziu o Anytrust, uma camada de disponibilidade de dados com um comitê dedicado, para apoiar as blockchains criadas sobre a sua estrutura Orbit, incluindo o Arbitrum Nova, oferecendo assim soluções mais econômicas para os desenvolvedores.
Além disso, a atualização Dencun do Ethereum está prevista para o dia 13 de março, e traz a importante Proposta de Melhoria do Ethereum 4844 (EIP-4844). A EIP-4844 introduz os ‘blobs’, que são espaços reservados dentro de blocos para processar transações enviadas por blockchains L2, como a Arbitrum. Isso pode reduzir significativamente o valor das transações, bem como a velocidade com a qual as movimentações são processadas.
A Arbitrum também está expandindo seu ecossistema por meio do desenvolvimento de blockchains sobre uma estrutura que foi chamada de Orbit. Esse ecossistema permite que os protocolos usem seus tokens nativos para taxas de transação, reduzindo assim a pressão de venda. Essa iniciativa é exemplificada pela proposta de migração da ApeChain, que planeja utilizar a ApeCoin como seu token para pagamento de taxas.
A conclusão de Leow é que a Arbitrum demonstra “fundamentos robustos”, o que coloca essa rede como um dos líderes do mercado de escalabilidade do Ethereum.