Depois de uma semana de baixas e medos o preço do Bitcoin (BTC) retornou a ser negociado acima de US$ 21 mil renovando as esperanças dos investidores de varejo de uma alta capaz de romper a forte resistência de US 25 mil.
No entanto analistas tem pontuado que a recuperação do BTC enfrentará seu primeiro obstáculo na terça-feira, 13, quando novos dados econômicos sobre os EUA devem ser divulgados. Além disso a ativação do The Merge que deve ocorrer na próxima semana no Ethereum pode fornecer um combustível para manter o preços acima de US$ 20 mil e além, contudo sem serem suficientes para marcar uma reversão de tendência.
"Bitcoin bate uma recuperação vindo em linha no que falamos nas últimas análises, eu não acreditava que o bitcoin fosse perder o fundo de 18 mil dólares, fizemos um repique positivo no patamar de suporte, ainda não é sinal de euforia, o mercado ainda segue lateral, mas o ethereum pode puxar o mercado para alto com o The Merge, que vai acontecer no dia 15/9 agora, pode puxar o mercado para alta. O bitcoin graficamente ainda não reverteu de tendência, ou lateral", destacou Tasso Lago, fundador da Financial Move.
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Martha Reyes, chefe de pesquisa da BEQUANT, aponta que o preço do Bitcoin e do Ethereum vem apresentando uma correlação desde 2021 e, portanto o hype em torno do The Merge pode ser positivo para o preço das criptomoedas nesta semana.
“A correlação entre BTC e ETH foi elevada desde o final de 2021, quando os mercados ficaram agitados, exceto por uma queda no verão quando a data da fusão foi anunciada. Este breve período coincidiu com um rally nas ações e uma queda no VIX. Em momentos como o verão DeFi de 2020 ou a repressão chinesa à mineração de BTC na primavera de 2021, a correlação BTC-ETH enfraqueceu. Isso não se desenrolou na mesma medida desta vez, embora a fusão seja um marco importante", disse.
Ponto chave para o mercado de criptomoedas
Uma análise da NoxBitcoin, encaminhada ao Cointelegraph, destacou que a alta de sexta (9), fez o BTC concluir um candle longo positivo, testando a resistência dos US$ 21.100.
"Desde meados de junho, a faixa de atuação do ativo tem sido entre US$ 18.000 e US$ 25.000. Na próxima semana, espera-se volatilidade na terça (13) com a divulgação da inflação de agosto nos EUA", aponta a empresa.
Gráfico diário do BTC. Fonte: TradingView
A análise da NoxBitcoin também destaca que o Long/Short Ratio segue demonstrando alavancagem de posições compradas no mercado futuro. Já o MDR mostra que as ordens de compra superam as ordens de venda no mercado spot, mas nada extraordinário. O Open Interest acompanhou a valorização do BTC e teve aumento de US$ 1,4 bilhões.
Os indicadores são considerados pela empresa alguns dos principais do mercado e uma olhada neles pode fornecer perspectivas valiosas sobre o movimento futuro do preço do Bitcoin.
Debruçando sobre eles, o primeiro indicador analisado pela NoxBitcoin é a Funding Fee que é a taxa de juros cobrada para alavancagem no mercado futuro de criptos. Valores nominais altos indicam excesso de alavancagem. Este cenário é especialmente arriscado, pois leves quedas podem levar à liquidação forçada de traders. Então, a pressão vendedora aumenta rapidamente, numa reação em cadeia que leva a quedas bruscas de preço.
"O Funding Fee segue neutro. De acordo com o The Block, a média dos Funding Fees é de -0,72%. A corretora com a maior taxa é a ByBit com -0,55%. Já a menor taxa é da Huobi com -1,78%", destaca
Outro indicador apontado pela empresa, o Global MDR é um indicador de Fluxo de Ordens de todo o mercado de criptomoedas. É essencial para identificar desequilíbrios no mercado por meio do número de compradores e vendedores.
"O MDR apresentou comportamento descendente ao longo da semana. Principalmente no início, enquanto o BTC estava lateral, o MDR esteve acima dos 10%. Posteriormente, vieram quedas acentuadas em meio a variações bruscas. No momento, o indicador demonstra que há 5% mais ordens de compra em comparação às ordens de venda no mercado spot", afirmou.
Não há reversão de tendência
Outro indicador analisado é o Long/Short Ratio que representa a proporção de posições compradas em relação às posições vendidas. Quanto maior este número, mais traders estão especulando para alta. É um excelente indicador para ser usado em conjunto com MDR.
"O Long/Short Ratio mostra que o mercado esteve bastante alavancado esta semana, tocando por vezes a marca dos 3. Com a alta do BTC o indicador caiu bruscamente, no entanto não foi suficiente para chegar ao equilíbrio. No momento, o Long/Short Ratio está marcando 1,88 longs em relação à cada short, demonstrando alavancagem no mercado futuro", analisa.
Por fim está o Open Interest que é o número total de contratos de derivativos em aberto que não foram liquidados. Para cada comprador de um contrato futuro, deve haver um vendedor. Desde o momento em que o comprador ou o vendedor abre o contrato até a contraparte o fechar, esse contrato é considerado 'aberto'.
"O Open Interest aumentou com a valorização do BTC, estando em US$ 14,15 bilhões. Ainda assim, é um incremento tímido em razão do sentimento de cautela do mercado", afirmou.
Portanto, segundo a empresa, com a redução da força do dólar, o BTC ganha valorização e volta a testar a resistência de curto prazo em torno dos US$ 21.000. Porém ainda não é possível marcar uma reversão de tendência já que o cenário macroeconômico nos EUA ainda é peça chave no mercado.
"No início da próxima semana é esperada volatilidade com a divulgação da inflação nos EUA de agosto, dado que é peça-chave na construção da expectativa do aumento da taxa de juros pelo FED no final do mês", finaliza.
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