Uma das maiores expectativas do mercado de criptomoedas global em 2020 é sobre como os preços e o mercado vai se comportar depois do halving do Bitcoin, previsto para maio deste ano.
O halving do Bitcoin deve cortar as recompensas dos mineradores de Bitcoin pela metade, além de diminuir o ritmo de produção de blocos da maior criptomoeda, afetando o suprimento disponível no mercado. O evento ocorre a cada 4 anos e das últimas duas vezes, em 2012 e 2016, houve aumento de preços no período seguinte.
Segundo a grande maioria dos especialistas, essa fórmula deve levar a uma disparada no preço do Bitcoin, com os mais otimistas apontando para até US$ 100.000.
Da perspectiva brasileira, o ano traz ainda mais um componente explosivo: o dólar tem anotado máximas históricas seguidas em paridade com o real.
Para entender o que esperar do mercado no halving do Bitcoin, selecionamos a opinião de cinco especialistas do Brasil sobre o assunto:
Ricardo Da Ros, Country Manager da Ripio no Brasil
O que eu vejo como perspectiva é uma pressão cada vez maior de pessoas interessadas em acessar este mercado, aprendendo sobre Bitcoin e querendo comprar, e a oferta do Bitcoin sempre reduzindo e ficando mais difícil de encontrar a partir do halving. Então, essa pressão é positiva para o preço no longo prazo, mas o que vai acontecer no caminho ninguém sabe.
Alexandre Vasarhelyi, da gestora BLP Asset
A narrativa do halving no passado foi muito importante, e acreditamos que desta vez vai ser a mesma coisa. É uma oportunidade de contar a história dos criptoativos, porquê o grande desafio do Bitcoin é ser compreendido, ele é muito complexo, então entender o halving como um corte na oferta é muito simples de entender.
Fabricio Tota, diretor da Mercado Bitcoin
A gente teve dois halvings até hoje que foram seguidos por uma corrida de preços. Mas o mercado era completamente outro, imagina que no primeiro, há oito anos, depois no segundo há quatro anos, o mercado ainda era muito menor do que é hoje. Então eu acredito que sim, vai ter uma alta de preços, mas de uma forma não tão significativa quanto a dos dois últimos.
Valdiney Pimenta, CEO da BitPreço
Nesse ano eu tenho certeza que a gente vai viver essa bull run, pra mim isso é bem nítido com o halving, e olhando o histórico do Bitcoin este é um momento em que explicitamente todos os preços disparam, tem a questão do dólar, que fez o preço do Bitcoin subir ainda mais. Não seu se a bull run já começou, eu sinceramente espero que não, porquê ainda gostaria de comprar um pouco mais [risos]. Nitidamente eu vejo uma tendência para começar esse rali, tenho impressão que no próximo ano, próximo um ano e meio vai ser uma tendência forte de subida e deve bater a máxima histórica dentro dos próximos meses ou um ano. Então a perspectiva é de um bom ano pela frente.
Daniel Bergman, CEO da Movile Pay
Já dá para imaginar o impacto positivo no preço do ativo, uma vez que com menos unidades disponíveis, começa uma corrida pela compra da criptomoeda e, consequentemente, alta no preço. [...] O último Halving foi em 2016, mas o boom da criptomoeda no Brasil aconteceu apenas em 2017, quando a cotação chegou a uma valorização de mais de 1300%. Isso mostra que essa movimentação no mercado nacional é nova e tem muito a nos ensinar. Fato é que o mercado brasileiro tende a passar ileso e ficar ainda mais fortalecido pelo Halving, uma vez que é um evento que tende a chamar atenção de novos investidores para o mercado, ajudando na popularização do Bitcoin. Muito já se fala sobre regulamentação no Brasil e, quem sabe essa agitação causada pelo Halving possa significar um primeiro passo rumo a um mercado mais maduro no País.
(Artigo para a Istoé Dinheiro)