A Binance anunciou durante uma entrevista na Argentina que assim que o Banco Central do Brasil publicar as normas para as empresas de criptomoedas no país a exchange irá se adequar a legislação local e será uma exchange regulamentada no Brasil.

Segundo declarações de Min Lin, vice-presidente regional Latam da Binance, o mesmo vai ocorrer na Argentina e México, considerados mercados prioritários para a empresa na América Latina.

"Acreditamos que para que a adoção das criptomoedas avance é necessário e muito importante ser regulamentada e ter regulamentações claras, para dar aos usuários a confiança de que ela veio para ficar", declarou.

Assim como havia declarado anteriormente ao Cointelegraph Brasil, Lin afirmou que a Binance conversa regularmente com os reguladores em busca de auxiliar na regulamentação e no cumprimento de operações judiciais e destacou que o uso de stablecoins vem crescendo em toda a região.

"Para nós, a Argentina é muito importante, é um dos três principais países, junto com o Brasil e o México, com os quais trabalhamos na América Latina", afirmou.

Em julho, durante uma conversa com o Cointelegraph Brasil, o VP para América Latina da Binance também comentou a possível implementação do sistema de segregação patrimonial pelo Banco Central do Brasil e destacou que a empresa também está atenta ao movimento e preparada para fazer as adequações necessárias que o regulador determinar.

"Mantemos um canal ativo de conversas com o Banco Central do Brasil para entender quais serão os requisitos a serem implementados. Valorizamos e respeitamos como operamos em cada uma das jurisdições, e se houver tais requisitos no Brasil nós vamos adotar, vamos desenvolver e encontrar soluções para fazer isso e cumprir com a legislação", apontou.

Binance e tokens RWA no Brasil

Durante a conversa com o Cointelegraph, o executivo também afirmou que a empresa está de olho nas várias oportunidades que o mercado de tokenização de ativos tradicionais pode oferecer no Brasil com a implementação do Real Digital pelo Banco Central.

Lin destacou que a Binance sempre está atenta aos desenvolvimentos do mercado de criptomoedas, ainda mais no Brasil que é um dos principais mercados para a exchange e, diante disso, não poderia estar alheia aos avanços do BC com relação ao CBDC nacional e o ecossistema regulamentado de tokenização que pode ser habilitado já no ano que vem com seu lançamento.

No entanto, Lin destacou que a essência da Binance é ser uma plataforma de criptomoedas, na qual os usuários podem negociar, operar e custodiar seus criptoativos.

"O setor de tokenização e CBDCs está crescendo em todo o mundo. Em especial no Brasil há um modelo bem interessante e diferente que é um CBDC de atacado que deve permitir a população acessar um ecossistema de tokenização. Somos, em essência, uma plataforma para negociação de criptomoedas.

O Real Digital, assim como outras CBDCs são parte de uma grande inovação que vem se desenvolvendo e estamos observando tudo isso buscando entender como estas inovações se encaixam em nosso perfil de negócio. No entanto, queremos sempre manter nosso foco que é ser uma plataforma segura para os usuários negociarem e custodiarem criptoativos", disse.

O executivo também destacou a importância dos bancos, principalmente no Brasil, entrando no mercado de criptoativos, como foi o caso do Nubank, Itaú, BTG, Inter e Mercado Pago.

Ele disse que isso faz o mercado crescer na totalidade e que não há uma concorrência direta entre bancos e exchanges, ainda mais tendo em vista que boa parte dos bancos entrou e deve entrar no mercado cripto usando serviços de empresas de criptomoedas como é o caso da Paxos com bancos nacionais.

"Isso tudo faz o mercado crescer, no entanto, nós temos nosso modelo de negócios e oferecer serviços de crypto-as-a-service não é o que queremos fazer. Vamos promover educação sobre criptomoedas para cada vez mais pessoas e com isso todos nós vamos crescer", afirmou.

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