A Justiça de Jacareí, no interior paulista, acolheu pedido da Polícia Civil de São Paulo para a prisão preventiva de Tatiane Soares Della Corte Ramos e Rafael Cunha Ramos, acusados de operarem esquema fraudulento utilizando o comércio de roupas e Bitcoin.
Confirmado também pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que negou um habeas corpus de Rafael Cunha Ramos e determinou prisão domiciliar de Tatiane por conta de uma gestação, o pedido de prisão preventiva se refere à operacão da empresa "Império D Ellas", aucsada de promover golpes financeiros.
De acordo com o processo em curso na Justiça paulista, a "Império D Ellas Linha Feminina" arrecadava fundos de investidores com a promessa de lucros garantidos.
Entretanto, em determinado momento, os operadores da empresa alegaram que a confecção tinha “quebrado” e que tanto Tatiane quanto Rafael estavam "trabalhando na resolução dos problemas" para ressarcir os clientes.
Diz a investigação policial que o casal teria reunido cerca de 440 investidores no negócio e arrecadado quase R$ 47 milhões. Segundo as informações levantadas, somente poderiam participar do grupo de investimento quem fosse indicado por outros investidores. O retorno prometido era de até 80%.
Diz o processo:
“O grupo de investimento era consistente em parceria com uma suposta fábrica de vestuários estabelecida na cidade de São Paulo, no bairro do Brás, cujos investidores (no caso as vítimas) entregavam certa quantidade em dinheiro com o compromisso da empresa da investigada repassar o valor investido acrescido de uma porcentagem sobre os lucros dos vestuários comercializados após a fabricação."
O texto prossegue, com detalhes sobre o suposto golpe:
"Ocorre que, na última sexta-feira, dia 28 de Junho do ano em curso, Tatiane informou que a suposta fábrica de vestuários teria “quebrado” (fechado) e que ela estaria estudando uma forma de repassar os valores devidos a todos os investidores, no entanto, Tatiane não mais responde aos contatos das vítimas, assim como não foi localizada em seu domicílio, acreditando os investidores que foram vítimas de um golpe."
O documento da Polícia Civil também cita a possível operação de uma pirâmide financeira envolvendo o Bitcoin:
"Acrescenta-se que, muito embora a suspeita de golpe aplicado pela investigada que por vezes se fazia acompanhar do esposo Rafael Cunha Ramos, algumas das vítimas informaram que mantiveram o investimento já alguns meses e que já foram beneficiados com a restituição do valor e repasse dos lucros, não sabendo informar sobre a real existência da tal fábrica de vestuários, mas suspeitam que se tratava de uma pirâmide financeira de Bitcoin que foi omitida pela investigada, restando prejuízo financeiro para as vítimas nos valores acima declarados. Os fatos serão melhor apurados em procedimento próprio.”
A "Império D Ellas" operava com um sistema de marketing multinível com indicações, pagamentos de porcentagens, sorteios de prêmios, planos de negócios e outras táticas. No total, são cerca de 52 processos judiciais em tramitação contra a empresa.
A suspeita das vítimas era que os valores aportados na empresa eram usados para investimento em Bitcoin e criptomoedas, fato que motivou a Justiça a expedir mandado de busca para as exchanges Mercado Bitcoin, Bitcoin Trade, Foxbit, Bitcambio, BitcoinToYou e Braziliex, em busca das supostas criptomoedas dos acusados.
Entretanto, segundo fontes ouvidas pelo Cointelegraph, não foram encontradas, nestas exchanges, criptoativos pertencentes ao casal.