Transações com Bitcoin podem, no futuro, ser enviadas usando a luz, segundo estudos sobre fotônica integrada, nanotecnologia e emaranhamento quântico que buscam usar a luz como suporte para transmissão de informação, segundo reportagem da revista Exame.

Embora os estudos em andamento não tenham em mente novas maneiras de enviar transações com criptomoedas, em tese, elas também poderiam se beneficiar de um sistema como este que usaria a luz para o envio de informação.

“Características quânticas inspiram novos conceitos em ciência da informação, em um cenário no qual a eficiência na computação, no armazenamento e no transporte de informação pode ser ampliada”, disse Paulo Nussenzveig, professor titular no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).

Segundo Nussenzveig a luz quântica é adequada não apenas para a comunicação, mas também para a computação e por meio do entrelaçamento quântico pode permitir a transmissão de informação.

"O emaranhamento (ou entrelaçamento) quântico é um fenômeno da mecânica quântica segundo o qual dois ou mais objetos (que podem ser ondas ou partículas) estão tão ligados que um deles não pode ser corretamente descrito sem que o outro seja mencionado, ainda que estejam separados por milhões de quilômetros. Isso leva a correlações muito fortes entre as propriedades físicas observáveis das diversas partículas subatômicas", diz a reportagem.

Felippe Alexandre Silva Barbosa, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), falou sobre fotônica quântica integrada na mesma sessão do simpósio FAPESP Week France.

“Na fotônica integrada, o objetivo principal é desenvolver tecnologias que permitam codificar, transmitir e processar informação com o uso de luz (...) A área de fotônica integrada está na linha de frente da pesquisa científica e tecnológica há mais de uma década. Mais recentemente, desenvolvimentos em plataformas de fotônica integrada têm levado a progressos em outros campos, tais como óptica não linear, microfluídica, aprendizado de máquina e informação quântica”, disse Barbosa, que também pesquisa o Oscilador Paramétrico Óptico em parceria com Nussenzveig e Martinelli – os três são autores do artigo publicado em 2018 na Physical Review Letters.

No entanto, enquanto ainda o uso de luz para enviar informações parece distante, a empresa israelense Sonarax desenvolveu um método único que permite que pagamentos, inclusive aqueles feitos com criptomoedas, possam ser feitos até mesmo por televisores, rádios de pilhas, microfones e inclusive por uma caixa de som falsificada da JBL vendida na 25 de março.

A empresa utiliza para isso apenas o som, ou ondas ultrassônicas, que são resumidamente frequências sonoras não detectadas pelo ouvido humano. Desta forma, não importa se não há sinal de internet, em qualquer parte do mundo, seja dentro de um estacionamento ou no elevador, pagamentos poderão ser feitos usando estas ondas por qualquer dispositivo que tenha um alto-falante ou microfone embutido.

Segundo a empresa, o novo padrão de conectividade é perfeito para a indústria IoT (Internet das Coisas) que pode impulsionar pagamentos m2m (máquina a máquina) e fornece uma alternativa altamente confiável para conectividade de máquina, pois o som não pode falhar ou ser comprometido.

“Vemos um grande valor em nossa tecnologia sendo agregada com criptomoedas já que permitimos a verificação face-to-face e verificação face-to-machine. Por exemplo, transações P2P com verificação física de presença ou uma transação de pagamento ‘normal’. Como as carteiras de criptomoedas são uma grande tendência atualmente, e como estamos nos pontos finais, a Sonarax tem muito a oferecer”, declarou Benny Saban, CEO da Sonarax.

Como noticiou o Cointelegraph, a equipe de desenvolvimento do Bitcoin Core lançou em 24 de novembro a mais recente atualização para o cliente de software original do Bitcoin (BTC) - a décima nona na história de onze anos da moeda.

O lançamento do Bitcoin Core 0.19.0 (que acabou como 0.19.0.1 na versão disponível para download após a descoberta de um problema de última hora) foi supervisionado pelo mantenedor principal Wladimir J. van der Laan e supostamente foi desenvolvido por mais de cem colaboradores em um período de aproximadamente seis meses.

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