Mineradores de Bitcoin e criptomoedas uniram esforços em todo o mundo para auxiliar no combate ao Coronavírus e estão cedendo poder de computação para a 'construção' de um supercomputador, descentralizado, que está sendo usado para o processamento de dados colhidos por pesquisadores e que podem auxiliar a encontrar novos tratamentos ou no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus.

Para ajudar na busca por novos tratamentos para a pandemia os mineradores estão participando de dois projetos de computação distribuída, o Folding@home (FAH) um projeto executado pelo laboratório Pande da universidade e o Rosetta@home, um programa semelhante criado no cliente BOINC (Berkeley Open Infrastructure for Network Computing ).

Ambos os programa usam o poder de computação de mineradores e também de computadores pessoais ociosos para realizar pesquisas sobre a doença. Por meio de um software é possível conectar seu computador ao projeto que executa os códigos necessários em segundo plano. Ambos os programas ocupam uma pequena quantidade de espaço e a quantidade de poder de processamento que eles usam pode ser facilmente controlada.

“É um remédio fantástico contra o sentimento de desamparo que temos no momento”, diz com entusiasmo Pedro Valadas, advogado de Portugal que coordena uma comunidade on-line de 24.000 fãs de computador e videogame que colaboram com a causa.

No momento da escrita, mais de 400 mil pessoas já baixaram o software, de acordo com Greg Bowman, professor de bioquímica e biofísica molecular da Washington University em San Luis, nos Estados Unidos, onde o projeto é centralizado, “Muitos de nós sofremos ou vimos pessoas próximas sofrerem. O fato de que em casa, com o seu computador, você pode fazer algo para ajudar a combater a doença, para o bem comum, é realmente motivador”, diz Valadas.

Não importa se é computador que não seja de ponta, mesmo com um console PlayStation pode-se contribuir, se o aplicativo estiver instalado. Muitas grandes empresas participam, como o GitHub (Microsoft), um serviço de hospedagem na web. A fabricante de placas e processadores de vídeo Nvidia convidou seus usuários a participarem da iniciativa e teve um resultado positivo.

“A resposta foi extraordinária: dezenas de milhares de pessoas aderiram ao projeto”, diz Hector Marinez, porta-voz da Nvidia.

Já a IBM em colaboração com o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, o Departamento de Energia dos EUA e muitos outros, anunciou o lançamento do COVID-19 High Performance Computing Consortium, que será compostos de 16 sistemas com mais de 330 petaflops, 775.000 núcleos de CPU, 34.000 GPUs, para ajudar pesquisadores de todo o mundo a entender melhor o COVID-19, seus tratamentos e possíveis curas.